Vejo o Cristo, da janela
O sol apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles têm
Nesse filme como extras
Todos querem se dar bem
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Estranho, teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Tem os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas
Meu nego
Nenhum comentário:
Postar um comentário